Passando correndo para…

papa-leguas

… pedir desculpas pelo sumiço. Como tinha contado em posts anteriores, entrei no IFCE em Licenciatura em Artes Visuais. E o curso está uma loucuraaa! rsrsrsrs Eu tinha esquecido como o ritmo na Faculdade é frenético, principalmente no primeiro semestre.  Então eu nunca mais consegui me dedicar ao blog! :O Além disso, Shamirinha está encostada há algum tempo porque precisa urgentemente de revisão (e eu não tive tempo de levá-la à Bitelli). Além disso, confesso que estou com preguicinha de pedalar nos últimos tempos. ^^’ Acabo aproveitando a viagem de ônibus para estudar e desenhar. Isso, porém, tem sido um problema para o bolso, já que ainda não recebi minha carteirinha de estudante e estou pagando inteira. :/

Bom, esse post relâmpago foi mesmo só para dar notícias. Não sei como e quando vou conseguir retomar as postagens, inclusive porque tava com várias ideias, mas realmente estou precisando me dedicar a esse novo momento da minha vida. Ainda mais agora que as avaliações da primeira etapa do semestre estão chegando. Mas confesso a vocês que, apesar do estresse e da correria, estou gostando muito de voltar à Faculdade. Me sinto estimulada novamente, como há muito tempo não me sentia. 🙂

Quando puder, volto aqui para compartilhar novidades com mais calma, ok? Até lá, continuem pedalando por aí e se possível, me marquem em fotinhas no Instagram! Vou adorar ver vocês e suas bicis!

Um abraço e vamos pedalar!

(e correr para a aula, antes que eu me atraseeeee!)

Dica express: Úrbicine, logo mais!

Gentem, sei que muitos de vocês vão juntar o feriado de amanhã com o fim de semana, ou seja: hoje é quase sexta-feira! E eu tenho uma sugestão bem legal para quem mora aqui em Fortaleza chamar a galera: cineminha ao ar livre com muuuuita gente que gosta de bicicleta. Que tal?

É com grande prazer que exibiremos nesta quarta (25/05) às 20h30, dois documentários relacionados a mobilidade por bicicleta e relação com espaços públicos: Faixa, curta produzido pelo Coletivo Nigéria (Fortaleza) e Praça de Bolso do Ciclista, curta produzido por Rafael Bertelli (Curitiba), a respeito de uma praça construída e mantida por ciclistas. Após a exibição dos filmes haverá um debate sobre os assuntos abordados.

O evento vai ser lá no Úrbici, um café super legal que fica na avenida Antônio Sales e que recebe muito bem os ciclistas. Eles oferecem alguns “luxos”, tipo água potável de graça, wi fi, uma estação para fazer consertos na bike e muitas, muitas delícias. Ah, e eu deixei um pote com meus marcadores de livro aquarelados à mão e vocês poderão conferir de pertinho. ^^ Já publiquei várias fotos deles no meu Instagram.

Para maiores detalhes sobre os filmes de hoje, entrem no evento no Facebook. 🙂

Um abraço e vamos pedalar!

Além de Bike – Minhas artes (e promo relâmpago) no Colab55

Olá, pessoas! No post sobre a minha entrada no curso de Artes Visuais do IFCE coloquei o link do meu studio no Colab55, onde disponibilizei duas artes para estampar diversos produtos legais. Para quem não conhece, o Colab55 funciona assim: o artista sobe suas artes e o site as utiliza para estampar diversos produtos. Aí o autor recebe os royalties do que for vendido. Toda a responsabilidade de produção e entrega do produto é do site, e assim o artista só precisa se preocupar em criar e divulgar o próprio trabalho. Ah, e em adaptar para o formato correto utilizando programas como o Photoshop. E como eu não sei fazer isso, os meus amigos José Lívio e Denise Luz me ajudaram nessa parte (valeu, gentem!).

Eu inaugurei meu studio há pouco tempo com duas artes que fiz com muito carinho: A primeira delas é a Negra Rosa, uma aquarela toda romântica de uma preta pink power repleta de margaridas.

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Camiseta com estampa full print Negra Rosa

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Esta versão está disponível em dois modelos (regular e baby long) e sete cores diferentes

A segunda é a Janaína, minha versão sereia de Iemanjá, feita com marcadores profissionais.

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Olha que contraste bonito na versão preta! Tem mais seis cores disponíveis e também no modelo baby long

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Uma lindeza ela na versão full print!

Essas duas artes estão disponíveis em pôsteres, sketchbooks, camisetas, bolsas, almofadas, cases para celular e adesivos. Basta navegar pelo studio e conhecer. É uma forma legal de ter em casa o trabalho do artista que você admira e de ajudá-lo a pagar as contas (e comprar ração pra gato, no meu caso).

Se joga no frete grátis

E a melhor forma de conhecer o meu Studio, no momento, é por meio deste link:

https://www.colab55.com/@sherydalopes?promo=a332c8e4 

Por meio dele, as compras a partir de R$100 terão frete grátis! Perfeito, inclusive, para comprar o presente do Dia dos Namorados e um pra você, ou chamar um amigo para fazer uma compra junto! Só que é preciso correr, porque a promo só está valendo até amanhã. Se quando você tiver visto este post a promo já tiver acabado, conheça minhas obras por aqui.

Compartilhem o link da promoção com seus amigos e deixem aí nos comentários a opinião de vocês sobre minhas artes. Vou adorar saber! Ah, e no próprio Colab vocês podem favoritar seus artistas e artes preferidos. Se puderem deixar seus joinhas lá pelo meu studio, agradeço muito!

Um abraço e vamos pedalar!

Crônicas de bike – Detesto hômi valente!

Pra quê essa brabeza toda, meu fi?

Pra quê essa brabeza toda, meu fi?

Vocês sabem que um dos maiores prazeres de pedalar na cidade é descobrir que existe gentileza, por mais que a gente duvide disso. Já contei várias histórias incríveis sobre isso. Mas infelizmente nem sempre é assim. Dia desses, um cara que parecia ter mais ou menos a minha idade dirigia um carro bonitão e enorme (eu não vou saber o modelo, mas sei que não era 4 x 4) e, do nada, resolveu meter a buzina bem atrás de mim de um jeito absolutamente escandaloso e violento.

O pior é que foi num contexto que não fazia o menor sentido: Eu estava parada, com o sinal fechado, às 18h no Centro de Fortaleza! Gente, nesse horário, não tem nem como caminhar direito por lá por causa do trânsito e da quantidade de pedestres, caminhões descarregando, etc. Ou seja: pressa pra quê? Quando eu olhei pra trás o cara começou a gritar comigo cheio de ódio porque eu estava “no meio da rua”. E ficou perguntando se eu ainda achava que tinha razão. Nós dois lá, parados, com o sinal fechado, sem ter pra onde ir e o maluco da buzina enlouquecendo.

Siiiim. Eu estou dizendo que eu estava lá, morta de feliz na minha bicicleta quando um marmanjo começou a bancar o valentão pro meu lado e gritar comigo. Adivinhem o que eu fiz?

(  ) Baixei a cabeça, comecei a chorar e nunca mais andei de bicicleta

(  ) Pensei: “feminismo pra quê”? e fui fazer campanha pro Bolsonaro

(  ) Me coloquei no meu lugar, fiz uma reverência e fui pra casa remendar meias

( x ) gggrrrRRRRRRRHHHHUUUAAAAAAARRRRRRRRRRRRRR!!!!! (poder mother fucker girl she ra mega power tomando de conta e se manifestando)

Fiquei calada não, amores, que eu não sou nem obrigada! Quanto mais o cara gritava comigo, mais alto eu gritava de volta. E o que eu disse? Que eu tenho sim, o direito de estar na rua com minha bicicleta. Que ele tem que me ultrapassar com segurança, mantendo 1,5m de distância e que não pode ficar me ameaçando com buzina e cara de valente. Que ele não tem o direito de “passar pro cima de mim” e que, se fizer isso, será um ASSASSINO. E que ele não é o dono da rua só por causa de um carrão bonitinho, e que ninguém ligava pro carrão bonitinho dele (sim, eu disse isso com essas palavras).

Gente, e o pior é que o cara tinha criança dormindo na cadeirinha no banco de trás. E uma mulher sentada no banco do passageiro que não se manifestou, apenas riu um pouco, e eu fiquei imaginando se eram a família dele. Olha só o exemplo que uma criatura transtornada como essa dá para a família.

É triste demais, sabe? Uma violência desnecessária, um ódio por ter que dividir a rua com alguém que conduz um veículo infinitamente mais simples e barato que o dele. A arrogância, a covardia… sim, porque ele estava nitidamente tentando me intimidar diante de um Centro lotado. E quando viu que eu não ia me calar, aí que ele ficou com mais raiva. E a pressa dele não o levaria a lugar nenhum, porque não tem como (nem porquê) andar rápido por ali. Era simplesmente demonstração de poder e/ou quem sabe, estresse acumulado do dia. Por mais que a gente deva evitar briga no trânsito, tem horas que tem que fazer escândalo mesmo e chamar atenção.

Ocupe a faixa

Para quem não entende quando vê um ciclista ocupando um terço ou mais da faixa, imaginem só se eu estivesse no cantinho da rua, colada ao meio fio como a maior parte dos motoristas querem? Um maluco desses com certeza ia me ultrapassar sem o menor cuidado, porque pra ele, eu nem mesmo poderia estar ali. Com certeza ele não iria diminuir a velocidade e muito menos manter a distância correta. E aí quem pode acabar caindo embaixo do carro ou batendo o pedal no meio fio somos nós, ciclistas. Fora que todo mundo que anda de bicicleta sabe que o canto das vias é repleto de buraco, então, não tem condições de andar ali.

Por isso que a gente tem que se colocar à frente dos carros, para ficar bem visível e obrigá-los a ter cuidado ao nos ultrapassar. Isso não é sinal de arrogância de nossa parte, estamos apenas nos posicionando de forma segura e visível no trânsito. Arrogância é buzinar e achar que todo ciclista tem que ir pro cantinho da via só porque vossa majestade automotiva quer passar, né? Além de arrogante, é contra a lei, já que a preferencial no trânsito é nossa, por sermos veículos menores e mais frágeis. Então, motorista, economize sua buzina e tenha paciência. Quer ultrapassar? Mude de faixa ou espere uma oportunidade. Tá com pressa,acha que a rua é sua e que bicicleta não tem vez? Então vá pra baixa da égua e me mande um postal.

Rexpeita as mina! 

Esse episódio me lembrou muito um vídeo que a ruiva power Nina Tangerina postou há alguns dias. Gravado com Ciclanas na avenida Washington Soares, uma das maiores e mais movimentadas daqui, o resultado foi um verdadeiro tapa na cara de quem acha que pode pôr as mulheres ciclistas num “determinado lugar”de submissão. Assistam e me digam se o fogo do Girl Power não atingiu vossos corações com força total.

E falando em girl power, vocês já ajudaram as Ciclanas a irem para o Bicicultura? É pra ajudar, hein? Ainda dá tempo!!

 

Um abraço e vamos pedalar!

E buzinar menos, xingar menos. Beeeem menos.

Vi de Bike – Luana Galdino

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Enquanto pedalava numa tarde dessas, na ciclovia da avenida Bezerra de Meneses, me deparei com uma figura vaporosa, de vestido leve, chapéu, texturas naturais e estampa floral. Tive que parar para um clique e um papo, né?

O nome da moça é Luana Galdino e tem 29 anos. Ela é costureira, super ligada em moda e usa a bicicleta como meio de transporte há mais de cinco anos. Inclusive, ela ainda tem a bicicleta que ganhou do avô quando tinha nove aninhos, e pedala nela. Só que no dia da foto ela estava na bike do companheiro, pois a dela está precisando de manutenção (uma pena, porque eu fiquei curiosíssima pra ver essa bicicleta).

Sobre o estilo, Luana me explicou que apesar de costurar, não faz todas as roupas que usa. Ela gosta de tons alegres e leves, e montou o look com detalhes florais para contrabalancear as cores neutras. Ela disse que gosta de vestidos, mas não costuma pedalar muito com eles porque acredita que chama muito a atenção dos homens e o assédio a incomoda. 😦 Quando pedala com algum modelo curtinho, lança mão da legging. Para se proteger do sol, chapéu e óculos escuros.

Eu adorei o visual porque a ideia de quebrar a monotonia com os florais, ainda mais com tons amarelos, que eu gosto tanto, funcionou muito bem. Parecia que eu tinha encontrado uma fada em pleno trânsito! ^^ E sempre que vejo alguém de chapéu sinto falta de um para proteger a cuca do sol. :/

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Espero que tenham gostado do post de hoje! Se quiserem aparecer por aqui mostrando seu estilo e contando sua história, não precisa esperar que a gente se encontre ao acaso: basta mandar um email com foto para debikenacidade@gmail.com. Vou adorar saber mais sobre vocês! 🙂

Um abraço e vamos pedalar!

Mande as Ciclanas para São Paulo!

ciclanas catarse bicicultura blog de bike na cidade by sheryda lopes

Bom dia, amores! Vou abrir a semana pedindo ajuda a vocês e dando a dica de um evento babado que vai rolar no final deste mês: o Bicicultura!

O maior encontro nacional de mobilidade por bicicleta e cicloativismo, acontece entre 26 e 29 de maio de 2016 em São Paulo. Organizado pela sociedade civil, busca ser o expoente máximo da bicicleta em todas as suas vertentes: cultural, social, política, artística, econômica e ambiental.

O evento abre espaço para o convívio, o compartilhamento de conhecimento e a formação de alianças entre ciclistas, cicloativistas, entusiastas e interessados na democratização urbana, na sustentabilidade ambiental e na qualidade de vida que a bicicleta proporciona.

E como eu tenho amigas arretadas e maravilhosas, três atividades das Ciclanas, coletivo ciclofeminista fundado em Fortaleza, foram aprovadas para esse evento por meio de edital nacional.

Em dois painéis, serão abordados assuntos como o nascimento e desenvolvimento do coletivo e a cicloviagem realizada para o assentamento Barra do Leme em Pentecostes, interior do Ceará. Já na oficina sobre as experiências de um movimento social com comunicação em redes sociais, as Ciclanas, além de contar as experiências do coletivo, vão propor um momento de consultoria para aqueles e aquelas que participarem.

Foda, né? Que orgulho saber que nosso coletivo vai compartilhar suas experiências na capital que tem o cicloativismo mais forte do país (pelo menos eu acho que tem)! Só que agora as gatas precisam de ajuda para voar até Sampa. Embora o evento forneça a passagem de avião e a hospedagem solidária para as meninas já esteja garantida, elas precisam do auxílio da comunidade para o deslocamento e alimentação durante essa viagem.

Para arrecadar esses recursos, nós Ciclanas estamos com uma campanha aberta no Catarse e já arrecadamos metade da grana. Mas faltam só cinco dias para o fim do prazo e se a meta não for atingida estabeleceremos uma nova meta, o Catarse devolve todo o dinheiro doado até o momento.


ATUALIZANDO: Gente, a informação que eu tinha colocado estava errada. A campanha das meninas é do tipo “flex”, que quer dizer que elas receberão o dinheiro arrecadado ainda que não batam a meta. #PeçoPerdãoPeloVacilo


Por isso, façam de conta que eu nunca pedi nada a vocês e ajudem! É possível realizar doações a partir de R$10. A partir dos R$20 rolam recompensas fofas, que vão de adesivos do coletivo e até camisetas. Mas o mais importante mesmo é ajudar a disseminar as experiências que estamos vivendo aqui em Fortaleza e empoderar as gata desse Brasil-zil-zil!

Vai lá!

Campanha das Ciclanas no Catarse: catarse.me/ciclanas

Ciclanas no Facebook: facebook.com/ciclanas

Ciclanas no Instagram: instagram.com/ciclanas/

Site do Bicicultura: bicicultura.org.br

Um abraço e vamos pedalar!

(e coçar esses bolso)

Franklin Almeida: arte, cidade, bicicleta e mar!

Estou cada vez mais aproximada do mundo das artes plásticas e cada vez mais interessada em conhecer artistas. Por isso, tenho seguido vários no Instagram e recheado meus murais do Pinterest. E um dos artistas que eu queria conhecer há vários meses era o Franklin Almeida, que me viu numa matéria de TV e fez uma charge (que eu esqueci de pedir pra ver) e uma escultura de arame inspiradas em mim e no meu blog. Depois de muitos desencontros finalmente consegui ir até ele e pude ver suas obras de perto.

Tem que ter uma selfie com o artista, né?

Tem que ter uma selfie com o artista, né?

O Franklin trabalha com materiais reaproveitados como restos de demolição e peças de computador que já não funcionam mais. Essas coisas que iriam para o lixo, nas mãos deles viram esculturas lindas, porta chaves, quadros e automatas incríveis. Automatas são esculturas/brinquedos que realizam movimentos sem o uso de energia elétrica. Além do senso de estética do artista, a criatividade para bolar os movimentos me impressionaram muito! Eu gostei muito do estilo popular das obras, sabe? Me lembraram aqueles brinquedos antigos de madeira, que tanto despertavam a imaginação das crianças.

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O peixe funciona como um pêndulo e dá movimento ao barco, que está apoiado unicamente naquele parafuso na base de madeira. Física e arte!

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Outra habilidade do Franklin é com o papel. Ele faz cartões em 3D maravilhosos que representam veículos e lugares turísticos de Fortaleza. E tudo com uma delicadeza que chega a emocionar.

Alguém reconhece esse lugar?

Alguém reconhece esse lugar?

E como falei no início, ele também trabalha com arame. Olha que coisa mais maravilhosa ele fez quando soube do meu blog! Gente, eu não mereço isso. É privilégio demais, meu povo!

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Peça inspirada na logo do De Bike na Cidade S2

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Aaaai, que coisa fofaaaa!

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Todo mundo já viu esta senhora em algum lugar da cidade, ou não?

Entre as principais inspirações do Franklin, o mar e as bicicletas se destacam. Além de ser ciclista, ele também surfa e por isso, costuma retratar a prática do esporte e as magrelas em suas obras. Durante minha visita, ele falou um pouco de suas técnicas e também dos desafios que enfrenta como artista. Foi um papo muito gostoso e cheio de inspiração!

Para conhecer mais do trabalho do Franklin Almeida, sigam-no no Instagram. Sério, vocês vão adorar!

Um abraço e vamos pedalar!

Vi de Bike – Fátima Muniz

Vi de Bike Fatima Muniz blog De Bike na Cidade by Sheryda Lopes

Numa das idas ao IFCE para participar de um processo seletivo, tive um feliz encontro no estacionamento. Conheci a Fátima Muniz, 26 anos, estudante de teatro. Fazia um pouco mais de uma semana que ela tinha começado a utilizar a bicicleta como meio de transporte e eu achei isso o máximo! Ela me falou um pouco de como estava sendo a experiência e eu cheguei a ficar emocionada, porque me lembrou muito as minhas vivências de 3 anos atrás. Inclusive o IFCE faz parte dessas lembranças, porque eu pedalava até lá para fazer natação.

E assim como eu, ela alimentou por bastante tempo a vontade de começar a pedalar até que finalmente conseguiu colocar o plano em prática. “Eu não acredito numa harmonia urbana com tanto carro e estresse. Acho que a harmonia vem de meios mais simples de se locomover e vivenciar a cidade”, explica. Entre as principais vivências, ela destaca a sensação de liberdade, o prazer de sentir o vento e perceber outros aromas. E como todo ciclista, também tem enfrentado muitos desafios, principalmente aqueles relacionados à violência no trânsito. Mas não desanima, pois sabe que hostilidade não é a única coisa que nos aguarda nessa selva de concreto e asfalto.

“Apesar de tudo, percebo que existe muita gentileza no trânsito. E não só de quem está de bicicleta, mas também de motoristas e pedestres. Dia desses, por exemplo, um táxi me deu uma fechada (#DemorôUber) e quase me derrubou. Tomei um susto, mas logo em seguida um outro motorista deixou bastante espaço para que eu conseguisse passar com segurança”, conta. O nome que a ela escolheu para batizar a própria bicicleta, na minha opinião, traduz bem esse sentimento de descoberta: Aurora.

E depois desse papo incrível, acabei até esquecendo de conversar com ela sobre os looks que gosta de usar para pedalar. ^^ Bom demais saber de mais mulheres nas ruas, né, gente? E a propósito, essa não foi nem a primeira Fátima e nem a primeira estudante de teatro do IFCE que eu conheci enquanto pedalava. Estamos nos multiplicando e não tem mais volta!

A Fátima faz parte do grupo Teatro Ateliê e eles estão com várias apresentações marcadas. Fiquem atentos e vão lá conhecer o trabalho da moça! 🙂

Um abraço e vamos pedalar!

 

Além de bike – Passei no IFCE!

Passei no ifce artes visuais sheryda lopes instagram de bike na cidade

A cara de felicidade da pessoa no dia da matrícula

Gente, é com muita alegria que venho compartilhar uma novidade com vocês: vou fazer outra graduação! Fui aprovada recentemente  no curso de licenciatura em artes visuais do Instituto Federal  de Ciência, Educação e Tecnologia do Ceará (IFCE). Para quem não sabe, me formei em jornalismo em 2010 e já trabalhei como repórter em dois jornais locais, além de já ter atuado nas áreas de assessoria de comunicação, comunicação comunitária, mídias sociais, entre outras. Também passei por uma pós graduação em linguagens e mídias digitais e falta um tantinho assim para terminar, mas por enquanto esse projeto está suspenso. E claro, tem este blog, que também é fruto das experiências e conhecimentos que adquiri ao longo desses anos.

Mas por que fazer outra graduação? Há algum tempo venho passando por um processo de construção individual bem profundo, e que chegou a me deixar na bad várias vezes. Inclusive no ano passado cheguei a falar disso por aqui. Uma das razões era profissional, pois além de o mercado do jornalismo estar muito difícil, vivi uma situação de assédio moral há alguns anos que me abalou bastante. Se por um lado ficou o trauma (e que trauma), por outro me levou a mexer em várias coisas em diferentes áreas da minha vida. E então percebi que estava precisando explorar outras possibilidades, entre elas habilidades que me dessem prazer e um tchans na minha autoestima.

Sirlanney

Arte incrível da @Sirlanney que retrata bem o que senti várias vezes

Foi aí que resolvi voltar a desenhar, pintar e criar. Entrei no Vitrola Nova, coral cênico que me ajudou a perder o medo de cantar. Comprei cadernos de desenho, lápis de cor, canetinhas, comecei a seguir artistas no Instagram e construir murais no Pinterest, conversar com artistas da minha cidade e ilustradores de moda. No começo do ano participei de uma oficina de aquarela com a Juliana Rabelo e meu interesse em estudar arte foi aumentando.

Então percebi que precisava estudar mais para desenvolver minhas técnicas e aumentar minha zona de conhecimento, além de abrir novas possibilidades de atuação. Depois de muita conversa com amigos da área e de muito refletir, decidi participar do processo seletivo de graduados e transferidos do IFCE e entrei! 🙂 E olha que foi um processo muito louco porque eu fiquei sabendo do edital no finalzinho e ainda fiquei trancada no dia da prova!

E sabem o que é interessante? Há exatos dez anos eu conquistava uma bolsa pelo Prouni e começava, animadíssima, minha jornada no curso de jornalismo da Faculdade Integrada do Ceará (hoje Estácio FIC). Entrar na faculdade era um sonho e eu não cabia em mim de tanta alegria. E depois de tanta luta e sacrifício, eu achei que estaria cansada, triste e frustrada demais, e que não suportaria tentar outra graduação. Mais que isso: a ideia me apavorava!

Mas depois de abraçar meus monstrinhos interiores e de tentar compreendê-los, no dia 13 de junho começo um curso novo. E com um bônus: trata-se de uma licenciatura, então existe a possibilidade de eu dar aula, algo que eu não cogitava e que agora me faz sorrir. Alguns dias depois, em 28 de junho, completarei meus 30 anos! Ser caloura não era o que eu planejava para esta idade, mas vejam só que aprendizado: lidar com as surpresas, com as novas experiências, com as possibilidades… Não vou mentir pra vocês: Estou com medo. Mas também muito animada com o que virá.

Muito obrigada por me permitirem compartilhar algo tão íntimo com vocês. Torçam por mim, tá bem?

 

O curso ainda não começou, mas já estou experimentando: Atualmente faço marcadores de livros pintados à mão em aquarela, à venda na Úrbici, e disponibilizei duas artes no meu studio no Colab55. Vocês podem adquirir camisetas, canecas, capas de celular e vários outros produtinhos ilustrados e me ajudar a comprar o material do curso. ^^ #miçangasdashumanas

Um abraço e vamos pedalar!

No meu tempo…

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“Olha, minha filha, azamiga da sua vó”

Já comentei várias vezes aqui no blog que é muito legal viver esse momento de mudanças em Fortaleza. Ver a bicicleta sendo cada vez mais reconhecida como um veículo sustentável (embora ainda com uma longa pedalada pela frente até chegar ao cenário ideal) e mais mulheres de bicicleta nas ruas é fantástico.

Eu imagino no futuro, QUANDO (percebam o otimismo) a violência no trânsito tiver diminuído muito e a gente só tiver engarrafamento de bicicleta (que nem em Copenhagen), eu lá conversando com os meus netinhos. Eles e elas tudo acostumado a andar de bicicleta pra todo canto me perguntando se era verdade que no começo dos anos 2000 o povo só queria saber de comprar carro e as mulheres eram desencorajadas a pedalar. Aí eu vou contar pra eles que era verdade sim, que o pessoal chamava a gente de doida e que tinha que ser corajoso pra andar de bicicleta.

“Pra vocês terem uma noção, eu tinha um grupo enorme de amigas que conversava sobre o machismo no trânsito. E quando algum macho réi inventava de ser fresquim ou valentão, a gente esculhambava”, eu lá contando e eles impressionados, e quem sabe, orgulhosos, da ancestral aqui. Eu iria mostrar fotos de papel pra eles e eles iriam pirar nos looks vintage 2016.

Pois é, marido e eu gostamos de “revelar” fotos, vocês sabiam? Costumamos juntar pastas das lembranças mais marcantes de determinados períodos e aí aproveitamos promoções de compra coletiva para imprimir. Já tem um tempo que não fazemos isso, mas é graças a esse hábito que preservamos fotos do começo do namoro, da faculdade, do casamento, da reforma da nossa casa… Tudo isso teria se perdido com o fim do Orkut e do nosso computador que morreu.

Aí que eu planejo fazer dois álbuns para incluir nas lembranças da família: Um só com Looks de Bike e outro com fotos das Ciclanas. Já pensou, que incrível, ter e mostrar fotos das minhas amigas guerreiras empoderadas daqui a uns 50 anos? Gente, eu acho que vai ser um registro histórico de uma etapa importante das mulheres de Fortaleza.

Claro que antes de nós muitas outras pedalaram e pedalam, sem serem ouvidas, fotografadas ou até sem nem perceber o quanto elas fazem parte de uma história de libertação. Pensando nisso, quem sabe não rola também um álbum só com fotos do Vi de Bike com as pessoas que fui encontrando no meu caminho? De uma coisa eu sei: a bicicleta entrou na minha história pra nunca mais sair e com certeza estará na caixinha de lembranças da minha família.

E as fotos do post de hoje entrarão nesses álbuns: São de um final de almoço com amigas Ciclanas dia desses no Benfica. Tinha mais meninas, mas eu estava morrendo de fome e só conseguia pensar em comer. Na hora de fotografar só restavam a Elaine Luz, salvadora das amigas trancadas, adêvogada amada que tem luz no nome e na alma e que já foi entrevistada pela Dora Moreira; e a Aspásia Mariana, que é nossa artista, guerreira, Mulan, Bike Anjo, bruxa plantadora de gerimuns e gateira. A Aspas fez até “pose de blogueira” pras fotos! hahahaha

Espero que vocês tenham gostado do post de hoje e que eles inspirem seu fim de semana. Sejam felizes, celebrem com suas mães a história que elas construíram e vamos juntos também centrar forças num amanhã mais próspero, gentil e do bem.  Pra galera que vai chegar saber que a gente pensou com carinho no que queria deixar pra eles.

"Em 2016, a gente era rochêda"!

“Em 2016, a gente era rochêda”!

Um abraço e vamos pedalar!